sábado, 14 de agosto de 2010

A tua vida é muito boa!

Postado originalmente em julho/2010

Até que ponto querer ajudar as pessoas é ser intrometido? Para ajudar, a pessoa tem que querer ser ajudada. Senão os “conselhos” [que se fossem bons, seriam vendidos e não dados - isso do ponto de vista ganancioso do mundo, coisa que eu não sou (by the way, é um dos motivos de eu ter fracassado - até o momento - como empresário, pois acho errado se aproveitar de qualquer fragilidade alheia. E a justiça e a retidão no mundo dos negócios não são bem sucedidas na maioria dos casos)] dados (sacou? conselhos escrito lá em cima, e depois dados: “senão os conselhos dados…”) podem parecer besteira para quem escuta. TODO MUNDO sabe a teoria de uma vida feliz e saudável, o difícil é seguí-la. Então, falar para alguém que sabe, mas não segue, torna-se um incômodo, pois é uma crítica velada. Se tu aí, que tá lendo esse texto, não curte muito uma auto-ajuda, sugiro que não avance muito, pois o que eu vou escrever é para quem tem interesse em ter uma vida melhor.

Acabei de ver um filme (jura Cássio? viu um filme e veio escrever? que original, tu nunca tinha feito isso né?) - psssshhhttt voz da consciência - como diria o Thiago Leifert (é assim? que escreve? não vou procurar) - porém, ele não é tão inspirador: Um olhar do paraíso. Eu achei ele em uma recente pesquisa sobre filmes com conteúdo espírita (a qual não teve resultados muito animadores) e hoje resolvi ver. O que acontece, é que para quem tem algum conhecimento do que o espiritismo diz, o filme é um pouco fantasioso demais. Porém, em um certo momento, a menina que foi assassinada diz o seguinte: “Desejo a todos, uma vida longa e feliz”.

É complicado isso né? Uma vida longa e feliz. O “longo” está longe de estar ao nosso alcance (a única coisa que podemos é ter cuidados para que, ao que tudo indica, tenhamos uma vida longa e com saúde). Mas e o feliz? Pode ser que as pessoas também pensem que o ser feliz é uma questão do meio em que se vive. Mas na verdade não é. O ser feliz está dentro de nós. Até hoje, sempre vivi uma vida feliz, com altos e baixos, claro, mas sempre feliz. Ou pelo menos demonstrando felicidade. E foi exatamente isso que eu percebi há alguns meses, eu não estava feliz, eu apenas parecia feliz. Tanto que, posso dar certeza, que nunca passei tantas dificuldades como estou passando agora, mas ao mesmo tempo nunca fui tão feliz interiormente. Estou de bem comigo mesmo. A alguns amigos mais próximos tenho confessado que tenho a nítida sensação de que fui preparado para passar por isso. Ou seja, somente agora, que estou estruturado, consigo agüentar as dificuldades enfrentadas, talvez antes tivesse enlouquecido. Anyway, não quero falar do meu caso, pois ainda acho que apesar de tudo, eu não tenho problema nenhum. Problemas significativos, if you know what I mean.
Retornando ao raciocínio da vida feliz, segundo o que eu acredito, se estamos aqui, é porque aceitamos esta vida, e se estamos passando por algumas provações, é porque temos que resgatar algo que fizemos, ou então para evoluirmos. Falando com uma amiga minha hoje (aliás, a mais nova delas, @rgandrade ), ouvi (ou li) uma coisa que nunca tinha pensado antes. Ela me disse que somente o fato de ela estar viva já é motivo de agradecimento, e que ela não se sentia no direito de pedir nada. Concordo com o agradecimento, porém creio que, caso sejamos merecedores, podemos pedir algumas coisas. Obviamente não falo em nada material, mas podemos pedir proteção, pedir a boa intuição, e até mesmo o perdão pelos erros, não é mesmo?

Ah, Cássio, esse maldito DDA sempre avacalha teus textos, tu tava indo tão bem, divagou completamente! Não, não divaguei, não percebe? A felicidade passa por aceitarmos as condições em que vivemos, as provas pelas quais passamos. Assim como o milagre da vida, é uma dádiva podermos evoluir. É no erro e no sofrimento que se aprende. Quer maior motivo de felicidade do que a chance que temos de evoluir? Já erramos muitas vezes, e ainda assim, temos chance de resgatar o que fizemos de errado. Temos ela em nossas mãos. Agora resta somente a nós aproveitarmos e agradecermos a oportunidade, ou reclamarmos da vida e das aparentes dificuldades que passamos. Por que eu tenho certeza que qualquer pessoa que ler esse texto, não tem um problema de verdade. Ou vai dizer que falta de dinheiro é problema? Não ter um namorado(a) é problema? Nem a morte não é um problema, é apenas parte da vida (por mais paradoxal que possa parecer).

Sabe o que eu considero problema? Vi numa reportagem na internet. Meninas com 15 anos no Haiti que tornaram-se prostitutas pois perderam tudo que tinham (inclusive a família) no terremoto.
Então, se ainda assim tu acha que tem problemas, peço que ignore o que eu escrevi, e de noite, quando for deitar na calçada para domir sem coberta nesse inverno rigoroso, peça a Deus para não ter que passar mais por isso (será que você passa?).

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