sábado, 14 de agosto de 2010

Transtorno Déficit de Atenção

Postado originalmente em agosto/2010

Hoje não vi um filme. Vou ver ainda. Ainda Orangotangos o nome. Foi filmado em Porto Alegre, e o meu bairrismo aumenta a vontade de vê-lo. Ouvi falar há algum tempo dele e, confesso, havia esquecido completamente. Ao ‘zapear’ os canais, vi que vai passar no Canal Brasil. Assistirei. Se escreverei? Não sei.

Hoje me propus a escrever sobre um tema. E esqueci do tema. Esqueci, porque esqueço muitas coisas que penso durante o dia. Hoje pela manhã, fui para o trabalho, sabia que tinha umas três coisas essenciais para fazer antes que saísse para um compromisso em PoA às 11h30. Cheguei e logo fiz uma delas, no meio disso, lembrei de outra pendência a ser solucionada. Ao abrir a gaveta, pensei então que aquele papel que vi ali dentro, precisava também ser analisado. Coloquei-o em cima da mesa, o telefone tocou, atendi. Ao desligar, o papel já foi colocado embaixo do teclado, junto com outras coisas “esquecidas”. Abri o email, respondi um, em um segundo email me solicitaram o manual de uma máquina, fui procurar no site do fabricante. Então lembrei que tinha que imprimir um terceiro email para minha irmã. Ao tentar conectar meu computador ao servidor de impressão, me dei conta de que ele ainda estava desligado. Tive que levantar para ligá-lo. Quando voltava para minha mesa, lembrei que precisava emitir a NF de uma mercadoria que embarcaria hoje. Sentei na frente do computador, olhei os emails, reli o email pedindo o manual da máquina, lembrei que tinha uma aba do navegador que estava aberta pois eu já tinha começado essa procura. Recomecei, não achei e respondi o email informando isso. Lembrei de comentar alguma coisa com um amigo, abri a janela do msn e o chamei. Outro me chamou e pediu para que eu fizesse um favor, fiz. Quando o primeiro amigo respondeu, não lembrava mais o que queria, pois alguém no twitter tinha mandado um link interessante que acabei abrindo. Li, era uma crônica muito boa, então copiei e passei por email para algumas pessoas que poderiam se interessar por ela. Agora… o que eu tinha que fazer mesmo? Ah sim, imprimir o email para minha irmã, ok, imprimi. E agora? Dois segundos parado são suficientes para lembrar de qualquer besteira que na noite anterior pensei enquanto tentava dormir, e abri o Google para pesquisar. Não achei nada interessante, mas perdi preciosos 10 minutos. Lembrei o que queria falar para o amigo do msn, falei. Ok, e agora? Ah sim, a nota fiscal que precisava emitir, peguei o talão, emiti a nota, entreguei à vendedora e pedi que ela ligasse para a transportadora. Voltei para minha mesa e vi que era hora de sair para o compromisso. Saí correndo para casa pois minha irmã ia junto. Quando cheguei em casa lembrei que não tinha olhado o extrato do banco (uma das três coisas essenciais que eu tinha que fazer), tentei por uns minutos mas a internet tinha algum problema. Pensei: ligo do carro para o gerente. Fui para PoA, fiz o que tinha que fazer, voltei, almocei e… PUTAQUEOPARIU não liguei pro gerente do banco. Agora já passou a hora que podia.

Uma análise? Várias coisas começadas, muito poucas acabadas, milhares de pensamentos simultâneos, desordem, bagunça mental. Sempre pensei que eu era organizado. Hoje percebo que sou organizado com o que me concentro e faço direito. Só tenho dois problemas: Não consigo me concentrar, e se não for para fazer direito, não faço.

Para quem lê, uma crônica sobre déficit de atenção. Para mim, a rotina.

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