sábado, 14 de agosto de 2010

Milagre diário

Claro que eu vi um filme ontem né? Sim, por que outro motivo eu estaria escrevendo hoje? Claro também que vi outros filmes neste ínterim, porém nenhum inspirador, ao contrário deste último. “Veronika decide morrer” é o nome. A maioria já deve ter ouvido falar deste livro do Paulo Coelho (incrível, há menos de meia hora eu tinha pensado no nome dele, e agora tive que ficar uns 3 minutos até lembrar - e eu sei o nome, foi o legítimo branco, parte também do DDA), mas não sei se todos leram, ou conhecem a história. Então aí vai um spoiler: Veronika tenta se matar tomando vários remédios. Acorda internada em uma clínica psiquiátrica na qual deve passar o resto dos seus dias, uma vez que a tentativa de suicídio causa uma lesão no coração que a levará à morte em pouco tempo. Dentro ainda da clínica, ela tenta novamente o suicídio, mas é intercedida pela enfermeira. Então ela começa a ter algum contato com Edward, que não fala nenhuma palavra desde que “matou” sua namorada em um acidente de trânsito. Então ela pede ao diretor da clínica que a deixe sair, para aproveitar os últimos dias de vida (a esta altura parcialmente arrependida), e, diante da negativa do pedido, ela decide fugir com Edward (que “surpreendentemente” já trocou algumas palavras com ela). Então, os dois, soltos em um mundo normal, sem ter que tomar as medicações prescritas, passam um dia feliz e apaixonado pelas ruas. Conforme desejo dela, eles esperam o amanhecer à beira de um rio. Em certo momento Veronika cai no sono, e Edward até pensa que ela havia falecido, mas em seguida ela acorda - para a felicidade dos dois. Aí entra uma narração do diretor da clínica, falando que a paciente havia fugido, sem que ele pudesse lhe dar uma boa notícia: Sua lesão no coração tinha sido curada, e ela não corria mais risco de morte. O filme acaba com o próprio psiquiatra ponderando que, talvez não falar que ela estava curada, fosse melhor, pois dessa forma ela viveria cada dia de sua vida, a partir de agora, como um milagre.
E de fato, quem pode negar que cada dia de nossa vida é um milagre? Ultimamente estou com o comportamento um pouco mudado. E aos olhos da sociedade, pareço até não estar muito bem. Porém, posso confessar que, nunca estive em tanta paz comigo mesmo. A minha felicidade aparente era apenas uma máscara para uma realidade complicada.
Hoje, a realidade é ainda mais complicada do que antes. Porém eu sinto que esses últimos tempos serviram para que eu me preparasse para essas dificuldades. Se eu ainda estivesse utilizando uma máscara de felicidade, sem ter realmente mudado interiormente, teria desabado.
Podem pensar que o DDA aqui divagou, mas não. A questão é justamente essa, dar valor ao que realmente importa na nossa vida. Ela, principalmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário